sábado, 4 de agosto de 2018

"Mais amor, por favor."




Amor é o frio na barriga que sinto, todas as vezes que tenho tuas mãos na minha. É a paz que emana dos teus olhos, quando estou em tua companhia. Amor é a mansidão nos dias mais turbulentos, e a intensidade nos dias de calmaria. Amor é a felicidade em plena segunda-feira, e a convicção de ter sempre uma alegria. Amor é a inconstância de querer o tempo todo, e nem sempre estar tão perto quanto se gostaria. Amor nunca deixa dúvida, mesmo quando não é certeza. Amor é só o que sinto, embora nem sempre transpareça.

"Não, ela não era tola. Mas como quem não desiste de anjos, fadas, cegonhas com bebês, ilhas gregas e happy ends cinderelescos, ela queria acreditar. "


E eu temi. É muito difícil começar uma carta confessando ter medo, mas tive receio de nunca mais escrever algo direcionado a alguém. Nunca mais ter coragem para falar de amor. Para acreditar no amor. Para viver um amor. No entanto, não me acovardei. Não quis deixar de acreditar em um sentimento tão bonito, tão precioso, tão significativo. Exupéry já dissera uma vez: "É loucura odiar todas as rosas porque uma te espetou." E novamente insisti.

É evidente que em uma relação é mais fácil ter a certeza do que não se quer, a estar convicto do que realmente se deseja. Comigo não é diferente. A vida tem sido como um rio em constante movimento. "Ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se encontram as mesmas águas, e o próprio ser já se modificou." A todo instante tudo muda. A efemeridade da vida quase sempre me assusta.  Quase sempre o previsível, vez ou outra, surpreende. Certamente não seria vida se não fosse assim: Provisório, inconstante, passageiro.

Você me perguntou o que eu espero de uma relação... Pela primeira vez perdi as palavras. Logo eu, quase sempre, tão cheia de vocábulos, dessa vez não soube o que falar. Não quis parecer clichê, nem uma ingênua que ainda acredita no amor. "Endureci um pouco, desacreditei das coisas, sobretudo das pessoas e suas boas intenções." Na hora falei ''qualquer coisa'', eu que sempre espero tanto, dessa vez não quis esperar. 

Confesso: Nunca vivi um grande amor. Não um desses amores recíprocos, intensos, correspondidos. Amor, pra mim, ou era dado por alguém a quem eu não amava; ou eu ofertava a alguém que não me queria tanto bem. "Li um dia, não sei onde, que em todos os namorados, uns amam muito, e os outros contentam-se em ser amados." Fora sempre assim. Depois de algumas desilusões, aprendi a não esperar. E nos últimos anos têm sido assim. Sem ânsias, sem expectativas, sem decepções.

Desejo: "Eu quero a sorte de um amor tranquilo." Quer felicidade maior do que a certeza de calmaria numa relação? Ter a segurança da companhia, da lealdade, dos braços que acolhem, das mãos que confortam e da voz que aconselha sempre presentes. Sentir e ter desejo, paixão, alegria, carinho, saudade, respeito, admiração. Fortalecer os sentimentos mais ternos e os mais intensos pela mesma pessoa todos os dias. Entender que uma relação é construída em pequenas doses diárias de companheirismo, cumplicidade e parceria; e dia após dia ver o sentimento AMOR apenas se consolidar.

Percebe o que eu realmente quero numa relação? Quero que dê certo. Que aceitemos nossas falhas. Que corrijamos nossos erros. Que melhoremos a cada dia como seres humanos. Que façamos um ao outro feliz enquanto o amor durar. E que ele dure. Que ele cresça. Que ele permaneça em nossas vidas enquanto nos fizer bem. Não quero que você seja um motivo ruim na minha vida. Não quero ser um motivo desagradável na tua. "Só que dessa vez eu quero muito que seja diferente. Dessa vez, com você, eu quero que dê certo."